sexta-feira, 15 de abril de 2011

Momentos da vida de São Francisco


A Vocação de São Francisco

“Vai e reconstrói a minha Igreja”

Há mais de 800 anos, nasceu em Assis, na Itália, um jovem chamado Francisco. Nasceu em 1182 e morreu em 1226. Tornou-se muito importante peio testemunho de sua vida. Francisco era filho de família rica. Seu pai, Bernardone, era comerciante, tinha uma loja de tecidos e freqüentava as feiras internacionais, para comprar e vender. Numa de suas viagens à França, conheceu Dona Pica, com quem se casou. Tiveram pelo menos dois filhos, Francisco e Ângelo.

Francisco era muito popular entre os jovens de Assis. Moço rico, era amigo das festas e tinha a fama de esbanjão, patrocinando com freqüência as diversões dos companheiros. Sonhava em conquistar honrarias e muita glória. Seu pai o incentivava a tornar-se cavaleiro. Francisco tinha vinte anos quando as cidades de Assis e de Perúgia entraram em guerra. Francisco combateu por sua cidade e se deu mal. Ferido e preso, só voltou para casa um ano depois, e bastante doente. Cuidado pela mãe durante a convalescência teve tempo de pensar na vida, pois a glória que buscava já não lhe enchia o coração.

Deu-se conta que um outro Senhor, infinitamente maior e mais valioso, lhe disputava o coração. A Ele valia a pena consagrar sua vida. Sentiu despertar dentro de si um desejo intenso de seguir Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas o caminho ainda não estava absolutamente claro.

Numa ocasião, o jovem Francisco encontrava-se em oração numa pequena igrejinha, dedicada a São Damião. Rezava diante do Crucifixo, quando percebeu que o Crucificado começou a falar-lhe claramente ao coração: "Francisco, vai e restaura a minha Igreja". Não foi preciso repetir duas vezes. Vestiu uma túnica pobre e começou a reconstruir as paredes da igrejinha. E esmolava as pedras de que necessitava.

Noutra ocasião, ficou muito impressionado ao ouvir, na pequena igrejinha da Porciúncula, a leitura do Evangelho do envio dos apóstolos em missão: "Não leveis bolsa, nem mochila, nem calçado... O Reino de Deus está próximo" (Lc 10,3-9). E exclamou consigo mesmo: "É isto que eu quero, é isto que eu procuro é isto que eu desejo fazer de todo meu coração".

Andava, um dia pelo caminho, quando se deparou com um leproso. Estarreceu. Teve vontade de fugir. Mas, resistindo ao impulso natural, aproximou-se, abraçou o leproso e o beijou. "O que me parecia amargo se tornou depois doce para mim", dirá no Testamento. Parece que lhe ficou a sensação de ter abraçado o Cristo, presente naquele infeliz. Pois dirá mais tarde: "Quando vês um pobre, tens à tua frente um espelho do Senhor e de sua pobre Mãe" (2Cel 85). Dedicou-se aos leprosos e tratou com amabilidade a quantos se aproximavam dele, pobres, doentes, ladrões e marginais, como os ricos e letrados. Seu exemplo não tardou a cativar outras pessoas, de todas as idades e condições sociais pedindo para abraçar a mesma vida que ele. De todos eles Francisco dizia estes são:" os irmãos que o Senhor me dá" (Test).

Francisco e seus companheiros viveram em forma simples, Pobre, alegre e fraterna, garantindo com o trabalho o próprio sustento. Dedicavam longos tempos à oração e contemplação, na intimidade com o Senhor, e anunciavam com fervor o Evangelho.

Diz São Boaventura que, certo dia, Francisco, passeando a cavalo, encontrou um leproso. Horrorizado mas, ao mesmo tempo, lembrando-se do seu propósito em levar uma vida de perfeição e impelido por Deus, salta do cavalo e corre a abraçar e beijar o pobrezinho que apenas esperava uma esmola. E o que antes era amargo, converteu-se em doçura de alma e corpo, lembraria Francisco, mais tarde, no Testamento, aludindo à sua própria conversão.

Francisco viu naquela pobre criatura um irmão de Jesus, uma imagem do pobre e humilde Filho de Deus e a partir de então começou a frequentar as leprosarias da região, lavando os corpos em decomposição e tratando as chagas purulentas dos leprosos. Não queria que lhes faltasse nada e dizia: “em caso de manifesta necessidade dos leprosos, possam os irmãos pedir esmola para eles”. Dizia ainda aos seus companheiros: Os irmãos devem alegrar-se quando se encontram entre a gente vulgar e desprezível, entre os pobres e fracos, os doentes e os leprosos e os mendigos dos caminhos”.

Francisco faz a experiência da Encarnação e Redenção do Senhor, que vive e sofre em cada um destes pequeninos. Para Francisco, o encontro com o leproso é o encontro com todos os pobres, doentes e marginalizados de hoje, a quem Jesus continua a lavar os pés.

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